Não perdi nenhum dos que me deste [Jesus em João 18:9]

Depois de passar boa parte da madrugada orando, sem a companhia de seus amigos mais próximos e sentindo uma ausência sufocante da presença de Deus, Jesus foi preso de forma irregular e levado para julgamentos injustos e tribunais que já tinham veredito antes mesmo de ouvir o preso.
Foi ali que Jesus respondeu assim aos guardas e mestres da lei que vieram buscá-lo: “se é a mim, pois, que buscais, deixar ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste.”
É bonito ver que no momento mais difícil da vida de Jesus, sua maior preocupação era com a vida de seus discípulos. Mesmo quando ele se sentia desamparado e abandonado por Deus, ele não queria desamparar e abandonar seus seguidores. Ele passou pelos julgamentos, pelas sessões de tortura e pela crucificação pensando em seus amigos e amados. Jesus não esqueceu por quem ele subiu naquela cruz. É esse o cerne do evangelho: Jesus viveu, morreu e ressuscitou, mas tudo isso ele fez por nós.
A imagem violenta e degradante de Jesus pendurado na cruz, que marca toda Sexta-Feira Santa, é um lembrete de que ele não esqueceu de nós. Seus braços, quebrados e perfurados, estão abertos, num abraço gigante que acolhe o mundo todo. A marca da tortura e da crueldade do Império Romano é subvertida por Jesus, que transforma seu sacrifício em um convite para uma vida nova de amor.
Como diria uma das minhas músicas favoritas, escrita pelo Felipe Valente:
Quando penso em desistir, lembro que você insistiu em mim.
Boa Páscoa para nós.